Pastor comete suicídio poucas horas depois de participar da Ceia na virada do ano

" Era um grande homem de Deus, dedicado à obra do Senhor Jesus; pastoreou durante 30 anos igreja aqui no Piauí"

Um pastor dirigente ligado à Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Piauí (Ceadepi), tirou à própria vida em Teresina -Piauí, por volta das 04:30 do dia 01 de janeiro.

O presbítero, que exercia a função de pastor dirigente, conhecido como pastor Machado (60), participou da Santa Ceia, orou, congratulou-se com os membros da igreja, e já em casa, por volta das 4:30h, foi ao banheiro e tirou a própria vida.

De acordo com o pastor da Assembleia de Deus Missões em Cocal dos Alves- PI, Odiel Lopes, o pastor Machado pertencia ao Campo do Jardim Europa, liderado pelo pastor Edmilson Cruz.

Segundo o pastor Daniel Fontinelle, presidente da Assembleia de Deus Missões em Barra da Alcantara -PI, o pastor Machado pastoreada igreja há cerca de 30 anos e se encontrava em uma profunda depressão.

” Era um grande homem de Deus, dedicado à obra do Senhor Jesus; pastoreou durante 30 anos igreja aqui no Piauí, mas, de repente, foi acometido por uma depressão profunda. Ele tinha entregado a igreja cerca de um mês atrás para realizar tratamento”  Disse o pastor Daniel Fontinelle ao JM Notícia.

Alerta

Nos últimos dias, a Psicologa Marisa Lobo fez um duro alerta sobre o numero alto reincidente de suicídios no Brasil envolvendo pastores: “A depressão é como uma dependência química grave, a pessoa quer sair dela mas não consegue, perde o livre arbítrio. Precisamos urgentemente ajudar pastores e líderes que, muitas vezes, ou quase que na totalidade das vezes, não tem com quem desabafar”, destacou a psicóloga.

Quem também fez um alerta sobre o tema, foi o pastor Josué Gonçalves:

“Um acontecimento como esse, serve como um sério alerta para nós pastores repensarmos a forma como estamos cuidando da nossa própria saúde emocional, físico e espiritual”, escreveu Josué Gonçalves em uma rede social.

Esgotamento físico e mental

O esgotamento físico e mental e, ainda, a solidão são apontados como principais causas de uma epidemia silenciosa entre pastores. Altas expectativas e cobranças do meio eclesiástico podem afetar a vida de um líder de igreja. Para a instituição, muitas vezes, um pastor não pode estar estafado; caso esteja isso pode revelar que não tem capacidade para cuidar de sua própria alma ou mesmo que não tem lido a Bíblia suficientemente ou até que vive uma espiritualidade decadente.

– Pastores e líderes precisam de cura da alma. Proponho que haja disciplinas em nossos seminários que possam tratar as mazelas da alma, que não desaparecem com o tempo – sugere o pastor Ângelo Eder, psicólogo clínico, mestre em Educação.

Ângelo Eder explica também que caso de alguém tenha sido rejeitado no passado, essa raiz da rejeição pode resultar em dois comportamentos extremos, dependendo da pessoa. Ou levará à tristeza, ao desânimo, à depressão e ao suicídio ou ao outro extremo igualmente nocivo: ira, revolta, rebelião, violência e homicídio.

Assim, sem uma vida emocional saudável, pastores estão sujeitos a muitos riscos. Podem se tornar reféns da dobradinha destrutiva: igrejas que matam seus pastores e pastores que se matam por sua igreja. Então, em um mundo intensamente doente, pastores também podem adoecer.

– Suicídio, depressão e angústia são manifestações clínicas e não simplesmente simbolizam decisões. Pastores também precisam se tratar e buscar ajuda, precisam do mesmo tipo de apoio que damos a qualquer crente. São apenas gente com uma missão e não são super-super-heróis. Se a igreja que pastoreiam entendesse isso, muito sofrimento e mortes poderiam ser evitados – avalia o pastor presbiteriano Andre Mello, também jornalista e cientista da Religião.

Com informações JM Notícias

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