Por Jonas Araújo
Sabemos que estamos vivendo dias difíceis, onde o mundo está em pânico devido a
essa pandemia do COVID 19 (coronavírus) que têm assolado muitos países deixando um
rastro de destruição e mortes por onde passa. Há pouco mais de um mês o vírus chegou ao
Brasil e desde então uma série de debates têm surgido em relação as formas de como se deve agir para impedir que esse mal se alastre pelo país.
As autoridades de saúde defendem o isolamento social como a melhor forma de se
prevenir e assim evitar a disseminação do vírus. Seguindo essas orientações muitos
governadores e prefeitos publicaram decretos proibindo aglomerações em espaços públicos
e privados e determinando que as pessoas fiquem em suas casas.
Entre os diversos tipos de reuniões que foram proibidos por esses decretos estão também os cultos religiosos nos templos, o que têm causado uma grande divergência de opiniões entre alguns pastores, líderes e fiéis pois, enquanto uma parte defende o cumprimento do que foi ordenado pelas autoridades e assim seguir com os templos fechados, um outro grupo defende a reabertura dos templos e a volta ainda que de forma parcial ás atividades da igreja.
Mas afinal, a igreja deve ou não obedecer aos decretos das autoridades?
Vejamos bem, a igreja desde os seus primórdios sofre perseguições e ao longo de sua
história por diversas vezes presenciamos reis, imperadores e governantes que tentaram
proibir que os cristãos adorassem a Deus, vários exemplos disso podemos encontrar no livro.
“Os mártires do Coliseu” de A.J. O`Reilly. Partindo desses pressupostos históricos muitos
cristãos nos dias atuais estão encarando esses decretos como uma forma de perseguição
contra a igreja, porém vale ressaltar aqui que até o momento não há nenhum decreto
proibindo os cristãos brasileiros de adorarem a Deus, exercerem a sua fé e fazer suas orações em seus lares.
Se olharmos para a Bíblia sagrada veremos em diversas passagens o Senhor nos
advertindo no que diz respeito a obediência as autoridades. Vamos destacar a passagem
bíblica onde o apóstolo Pedro em sua 1º epístola no capítulo 2 e versículos 13 a 15 nos diz:
“13-Sujeitai-vos, pois, a toda ordenação humana por amor do Senhor; quer
ao rei, como superior;
14- quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos
malfeitores e para louvor dos que fazem o bem.
15- Porque assim é a vontade de Deus, que fazendo o bem tapeis a boca à
ignorância dos homens loucos; “
A igreja nos dias atuais precisa agir com prudência e distinguir o que é uma perseguição de
um problema de saúde pública onde todos estão vulneráveis, então se há um decreto por parte dos governantes pedindo para que se fechem os estabelecimentos e templos para evitar aglomerações (repito aqui, os decretos são para fechar os templos e não para proibir de adorarem a Deus) a igreja deve ser o exemplo para a sociedade no que diz respeito ao bem comum. Que possamos ver esse momento como uma oportunidade para revelar para o mundo igreja que somos fora das quatro paredes em demonstração de amor ao próximo.
Imaginamos que muitos pastores neste momento estão se sentindo pressionados pelo fato
de ser algo novo, uma situação nunca antes vivida por eles, pois se não fecharem as suas igrejas são chamados de irresponsáveis por parte de alguns membros, por outro lado se fecharem são vistos como alguém que não tem fé. Precisamos manter em nós a essência da igreja de atos dos apóstolos que mesmo em tempos de adversidade mantinha-se unida em oração e quando não era possível estarem nos templos reunidos, as suas casas eram uma extensão do templo. Quem sabe Deus esteja usando este momento para que você viva em casa o que pregava nos altares!.
Que possamos manter a nossa Esperança viva no senhor Jesus, mas não nos esquecermos que enquanto estivermos neste corpo terreno estaremos sujeitos as adversidades.
Jonas Araújo Silva – Evangelista da convenção Ciadseta –TO