A proposta da Secretaria Estadual de Educação de substituição do Dia das Mães pelo “Dia de quem cuida de mim” tem repercutido não apenas no Tocantins, mas em todo o Brasil, pois trata-se de uma agenda progressista que tem conquistado cada vez espaço no país.
Em entrevista ao JM Notícia, a psicóloga Marisa Lobo comentou que há algo muito maior por trás das tentativas de proteger crianças que não têm mãe, que é a explicação mais comum para justificar essas mudanças nas programações escolares.
“Não é porque crianças não tem mãe, não é sobre isso, é sobre a desconstrução familiar, essas ações são agendas globais, para desconstruir o papel masculino e feminino, para desconstruir o modelo tradicional de família”, declara Marisa Lobo.
A profissional explica também que os professores podem trabalhar a perda e frustração das crianças que não vivem com seus pais, um processo que é importante para a vida adulta. “Dia das mães, dos pais, é uma oportunidade de trabalhar a figura materna e paterna, tornando as crianças resilientes. Vivemos em uma sociedade que não educa, apenas elimina da vida qualquer frustração mesmo que isso aleije os sentimentos da criança. Frustrações bem trabalhadas, servem como fortalecimento de vida”, ensina.
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Marisa Lobo entende que é preciso preservar a data comemorativa e pede para que as mães acolham as crianças sem mães. “Sugiro as mães, que acolhem as crianças que não tem mães,que ensinem seus filhos a dividirem neste dia de comemoração nas escolas, a dividir suas mães, mas que se unam e não aceitem que esse dia tão importante de valorização do papel materno,da maternidade seja destruído dessa forma”.
A respeito das configurações familiares que fogem do modelo tradicional, a psicóloga fala sobre a importância da figura materna, pois apenas as mulheres podem gerar e todos nós saímos de uma mãe.
“Mesmo a criança que não tem mãe, veio de uma, ainda que seja adotada, ou órfã e isso tem que ser valorizada para seu futuro. Afinal, se é mulher será mãe, se é homem, será pai de um filho(a) que sairá de uma barriga de uma mulher, ou seja, não importa a configuração de família, mãe é mãe, da barriga ou do coração é importante e deve ser comemorado”, concluiu.