Logo após o TSE anunciar a vitória de Jair Bolsonaro como novo presidente do Brasil, o político ignorou a grande imprensa e fez um pronunciamento nas redes sociais. Sua opção incomodou a Rede Globo, que reclamou da “quebra” de protocolo.
Minutos depois, Bolsonaro foi para a frente de sua casa, onde um repórter representando um pool de emissoras da TV aberta e também de canais pagos mostraria a primeira declaração oficial do 38º presidente do país. Porém, antes de falar, o capitão reformado participou de uma roda de oração, puxada pelo senador Magno Malta.
Tudo foi transmitido ao vivo em rede nacional de televisão. “Os tentáculos da esquerda jamais seriam arrancados sem as mãos de Deus”, enfatizou Malta durante sua prece. Também citou o texto bíblico de João 8:32 – “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” – adotado como slogan de campanha por Bolsonaro.
A jornalista Mirian Leitão, da Globo News, disse que aquilo gerava “um pouco de preocupação” porque, enfatizou, separar Estado de Igreja é fundamental”.
“O Estado brasileiro é laico. Um grupo de cristãos… Aquilo [a oração] cria um pouco de preocupação. O compromisso de um estado laico é fundamental. É conquista da reforma protestante, inclusive. Separar Estado de Igreja é fundamental”, destacou Leitão.
Não é a primeira vez que a jornalista reclama do fato de Bolsonaro falar sobre sua fé. Em um texto publicado no jornal O Globo, ela reclamou da aproximação dele com pastores. “Essa mistura jamais dará um bom resultado. Púlpito e palanque devem estar distantes”, escreveu. Também avalia que “O uso da Bíblia e da religião serve para atemorizar ou enganar eleitores. Isso ameaça a soberania do voto”.
Aparentemente, para a Globo a oração de um presidente cristão incomoda muito. Quando Fernando Haddad (PT) foi a uma missa em São Paulo, comungou e depois fez um discurso inflamado na escadaria do templo, não houve críticas abertas dos jornalistas da maior rede de comunicação do país.
Fonte: Gospel Prime