Um tribunal da Turquia voltou a rejeitar nesta sexta-feira (17) o pedido de libertação do pastor americano Andrew Brunson, que está em prisão preventiva há quase dois anos e cujo caso provocou uma séria crise diplomática com Washington, que acelerou a queda da moeda turca.
Esta é a terceira vez nesta semana que a Justiça turca rejeita as apelações do religioso, que vive na Turquia há 20 anos e está sendo acusado de vínculos com grupos terroristas. Os advogados de defesa negam as acusações.
O Tribunal Penal de Esmirna já rejeitou o pedido de liberdade provisória na terça (14) e novamente na quarta (15), dia no qual transferiu o recurso para uma instância superior, que hoje ditou a mesma resolução.
Brunson, detido em outubro de 2016, é acusado de “espionagem” e vínculos tanto com a guerrilha marxista curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) como com a organização islamita do clérigo turco Fethullah Gülen, que é arqui-inimiga do PKK.
Os Estados Unidos pediram a libertação do pastor em várias ocasiões, mas a Turquia se negou alegando independência judicial, o que levou a uma grave crise entre Washington e Ancara, que são dois aliados tradicionais.
Nesta quinta-feira (16), o presidente americano, Donald Trump, escreveu em um tweet:
– A Turquia tem se aproveitado dos Estados Unidos durante muitos anos. Agora estão retendo nosso maravilhoso pastor cristão, a quem tenho que pedir agora que represente nosso país como um grande refém patriota. Não pagaremos nada pela libertação de um homem inocente, mas estamos reduzindo as relações com a Turquia.
Já em princípios de agosto, os EUA impuseram sanções econômicas aos ministros de Interior e Justiça da Turquia, o que foi respondido por Ancara com medidas idênticas, exacerbando assim a tensão entre os dois países.
É uma situação que aprofundou a desconfiança dos investidores na economia turca, que está sobrecarregada com uma enorme dívida em divisas estrangeiras e um elevado índice de inflação.
*Com informações da Agência EFE